Diabetes no idoso exige cuidados especiais e atenção redobrada
Nos últimos dez anos, o diabetes cresceu 60% no Brasil. E a maior parte desse exército de 14 milhões de portadores está na terceira idade. Para se ter ideia, segundo o último Vigitel, pesquisa realizada regularmente pelo Ministério da Saúde, quase um terço dos diabéticos têm 65 anos ou mais.
“O tipo 2 da doença, que é o mais prevalente, está relacionado ao envelhecimento, ao sedentarismo e à obesidade, sendo que esses dois últimos fatores, por sua vez, se intensificam com o avançar da idade”, comenta João Salles, endocrinologista da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e vice-presidente eleito da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Esse ambiente tão favorável torna o idoso mais sujeito não só ao surgimento do problema, mas também às suas consequências mais graves. “O risco de ter uma doença cardiovascular ou um infarto é maior, e as complicações como amputações, cegueira e insuficiência renal ficam mais evidentes nessa faixa”, explica o médico.
Sem contar que a glicemia descompensada acentua dificuldades frequentes nessa fase da vida. “Ela pode incapacitar o idoso, pois eleva o risco de demências como o Alzheimer, além da neuropatia diabética, que faz com que a pessoa perca a firmeza no andar, o uso de muitos medicamentos e outros problemas que impactam a qualidade de vida e aumentam o risco de morte”, aponta João.
O bom é que com acompanhamento, e especialmente com prevenção, dá para driblar o perigo e viver bem mesmo com o diagnóstico de diabetes.
Como diagnosticar o diabetes
Infelizmente, ele costuma ser descoberto só quando já está bem instalado, o que dificulta seu controle. Por isso, além da atenção aos sintomas da doença (aumento de fome, mais sede e produção intensa de xixi), é até mais importante fazer o exame de glicemia regularmente. Lembrando que também existe o diabetes tipo 1 nessa faixa etária. “É menos frequente, mas acontece. Nesse caso, os sintomas são mais agressivos, a frequência urinária aumenta bastante e o quadro pode até ser confundido com a incontinência urinária comum dos idosos”, aponta Salles. Essa variedade do transtorno é autoimune e tratada com insulina.
Fonte: Viva Bem